Dez parasitas capazes de controlar a mente de seus hospedeiros

Algumas das espécies mais horripilantes do planeta são especialistas em conseguir o que querem. Conheça dez delas:

Ophiocordyceps unilateralis (ou ‘fungo da formiga zumbi’)

151112182813_fungo_formiga_624x351_spl_nocredit

Fungo desorienta formiga para que ela se aninhe em local propício para reprodução

As formigas possuem grande capacidade de orientação, criam seus caminhos eficientemente quando buscam alimentos. Porém nas florestas do Brasil, da Tailândia e da África, as espécies do gênero Camponotus perdem seu rastro por causa do fungo parasita Ophiocordyceps unilateralis.

Quando uma formiga é contaminada por um esporo desse fungo, ele passa de três a nove dias se desenvolvendo dentro dela. Quando pronto para completar seu ciclo de vida, o fungo manipula o inseto até ele se afastar da segurança de seu grupo, sem enxergar direito por onde vai, vagando como um zumbi.

Um estudo feito em 2009 mostrou que as formigas sempre acabam em lugares parecidos: em alguma árvore, a cerca de 25 centímetros do solo, ou seja, em um local com a umidade perfeita para que o fungo se prolifere.

Após tudo isso, a pobre vítima morde uma folha e morre. O último processo ocorre menos de 24 horas depois, quando minúsculas hifas de fungo crescem para fora do cadáver e um talo é expelido para começa a jogar esporos no solo, onde novas formigas serão contaminadas.

Paragordius tricuspidatus (ou ‘verme kamikaze’)

151112183554_horsehair_worm__624x351_spl_nocredit

Um verme como este pode atingir até 15 centímetros de comprimento e se parecer com um espaguete cozido, no entanto, há um detalhe: para chegar a esse ponto, ele precisa de um gafanhoto ou de um grilo para ajudá-lo.

Primeiro, uma minúscula larva precisa ser ingerida pela larva de outro inseto, como um mosquito. Este, em seguida, servirá de alimento para o gafanhoto (ou o grilo). E é nele que o verme começa a se desenvolver.

A última etapa do desenvolvimento do parasita ocorre na água. Geralmente, gafanhotos não ficam perto da água, mas ao alterar funções do sistema nervoso central do inseto, o verme o compele a saltar sem pensar em qualquer porção de água próxima.

O gafanhoto se afoga, permitindo que o verme surja e se reproduza.

Sacculina (ou ‘craca castradora’)

Já é inusitado descobrir que um outro ser pode fazer um gafanhoto acreditar que pode nadar, mas esse crustáceo parasita é capaz de uma façanha ainda mais inacreditável.

A Sacculina entra no corpo de um caranguejo através das fendas em suas garras. O crustáceo se desfaz de sua casca e se espreme até conseguir penetrar no organismo hospedeiro.

Ao se instalar, ele passa a se alimentar dos nutrientes do caranguejo e faz dele o veículo que o permitirá se reproduzir. Uma vez desenvolvido em adulto, o crustáceo se parece com uma gema de ovo mole e pulsante.

Se o hospedeiro é uma fêmea, a Sacculina a obriga a cuidar de seus milhões de larvas como se fossem seus próprios filhotes. Mas se for um macho, o parasita o torna “feminino”: ele perde sua capacidade fértil e seu abdômen cresce para poder abrigar os filhotes de crustáceos. Suas gônadas encolhem e ele para de desenvolver garras.

Leucochloridium paradoxum (ou ‘verme listrado de verde’)

Se por um acaso você ver um caracol verde listrado e salpicado com manchas cinzentas, atenção. Não se trata de um molusco fantasiado, mas sim de um animal contaminado por um parasita.

O Leucochloridium paradoxum consegue penetrar através das antenas do caracol, tornando-os mais coloridos e suculentos – exatamente o tipo de comida que passarinhos buscam.

O verme consegue manipular também o comportamento do molusco. Segundo um estudo realizado há dois anos na Universidade de Wroclaw, na Polônia, o caracol contaminado se coloca em lugares mais expostos e bem iluminados, acima da vegetação, facilitando que sejam presas de aves.

Uma vez no organismo de uma ave, o parasita consegue se reproduzir e continuar seu ciclo de vida.

Dinocampus coccinellae (ou ‘parasita da joaninha’)

Esse parasita necessita de um hospedeiro para proteger seus ovos de potenciais predadores. E quem poderá ser melhor do que um inseto com manchas que sinalizam perigo?

As joaninhas podem parecer fofas e indefesas, mas elas sabem se cuidar. Quando em estresse, elas soltam um veneno repugnante e seu corpo vermelho afasta os predadores, porém não conseguem resistir ao ataque desse parasita, que com uma única picada consegue inocular seu ovo.

Quando a larva nasce, ela se alimenta dos tecidos internos da joaninha até sair por seu abdômen e expelir um casulo por entre as pernas do inseto. A joaninha agora serve como “guarda-costas” e fará de tudo para proteger o casulo de predadores.

Ampulex compressa (ou ‘vespa-esmeralda’)

A vespa-esmeralda tem um corpo metálico que brilha nas cores verde e roxo. Encontrada nas regiões tropicais da Ásia, da África e das ilhas do Pacífico, trata-se de um belo inseto – mas coitada da barata que cruzar seu caminho.

A vespa tem cerca de 16% do tamanho da barata, mas isso não a impede de atacar. Primeiro, ela dá uma picada paralisante. Depois, “sequestra” a mente da barata, injetando um elixir de neurotransmissores em seu cérebro. Isso torna o hospedeiro uma espécie de zumbi, parecido com o que é feito com as formigas no outro item.

Depois de recarregar as energias com o sangue da barata, a vespa engole suas antenas e a leva para seu ninho. Ali, ela deposita seus ovos no abdômen da barata, que nem faz tentativas de fuga.

A barata se limita a ficar ali, submissa, enquanto é comida viva pela larva da vespa. Quando chegam à fase adulta, as vespas saem pelos restos mortais da barata.

Toxoplasma gondii

Parasita da toxoplasmose faz roedores perderem medo de gatos

151112183921_toxoplasma_624x351__nocredit

Este é talvez o mais famoso dos parasitas manipuladores de hospedeiros. Ele contamina principalmente ratos e ratazanas com o objetivo de ser ingerido por gatos e poder se reproduzir.

Segundo um estudo de 2007, os roedores infectados perdem o medo do odor de gatos e passam até a serem atraídos a um feromônio presente na urina dos felinos. Com isso, os ratos se expõem mais e têm mais chances de serem capturados.

Cerca de 30% a 60% das pessoas estão infectadas pela Toxoplasma gondii. Porém ainda não se sabe se o parasita afeta o comportamento humano. Em 2006, Kevin Lafferty, do Centro de Pesquisa Geológica de Santa Bárbara, nos Estados Unidos, encontrou evidências de mudanças de personalidade em indivíduos contaminados, mas o estudo não foi conclusivo.

A toxoplasmose é também impressionantemente comum em pessoas que sofrem de esquizofrenia, mas também não está claro o que isso pode significar. “A esquizofrenia é uma síndrome complexa, possivelmente com múltiplas causas”, diz Lafferty, lembrando que há inúmeros casos em que um indivíduo tem um dos problemas, mas não apresenta o outro. “É seguro dizer que o Toxoplasma gondii é um fator de risco para a esquizofrenia.”

Vírus da raiva

Vírus da raiva torna hospedeiros mais agressivos porque se transmite por mordidas e arranhões

151112184108_rabies_virus_624x351__nocredit

Esse vírus pode não ser oficialmente um parasita, mas para o biólogo Levi Morran, da Universidade Emory de Atlanta, é exatamente assim que ele se comporta. “Esse vírus, assim como o da gripe, piora a forma física de seu hospedeiro e se aproveita dele”, explica.

O vírus da raiva é um dos mais assustadores que existem porque consegue transitar entre seres humanos e animais.

Ele é transmitido através da saliva, em geral depois de um arranhão ou uma picada. Isso faz com que os animais – normalmente cães e morcegos, ocasionalmente humanos – se tornem mais agressivos, levando-os a tentar espalhar o vírus.

“A raiva se manifesta em uma ampla gama de sinais neurológicos, incluindo mudanças de comportamento e perda de controle motor”, afirma o parasitólogo Andrés Gomez, da IFC International, em Washington. “Isso pode incluir dificuldades em engolir, o que pode levar à fome, hipoglicemia e desidratação.”

Vírus da gripe

Estudo preliminar indica que vírus da gripe torna hospedeiro mais sociável

151112184215_flu_virus_624x351__nocredit

Na Universidade Binghamton, em Nova York, no ano de 2010, Chris Reiber e seus colegas encontraram provas de que o vírus da gripe torna as pessoas mais sociáveis.

Eles descobriram que indivíduos que receberam a vacina da gripe interagiam mais com outros e em grupos maiores nas primeiras 48 horas, em relação às 48 horas anteriores. Os hospedeiros contaminados tinham mais probabilidades de ir para bares ou festas.

Embora se trate de um único estudo pequeno, há um certo sentido na teoria, afinal, para o vírus é vantajoso ser transmitido para o maior número de pessoas possível antes que os sintomas se instalem e a vítima fique de cama.

Schistocephalus solidus

A maioria das espécies existentes na Terra abrigará mais de um parasita em determinado momento de suas vidas, pois eles estão por toda parte, até mesmo os parasitas têm seus parasitas.

Com isso, em alguns casos, um hospedeiro pode estar carregando vermes com diferentes interesses e que precisam lutar entre si para assumir o controle do organismo.

Para assistir a essa batalha, pesquisadores do Instituto de Biologia Evolutiva Max Planck, na Alemanha, contaminaram um pequeno crustáceo com vários vermes cujo objetivo final é chegar ao organismo de uma certa espécie de peixe, para ali se reproduzir.

Os parasitas costumam modificar o comportamento do crustáceo, tornando-o mais ativo e mais vulnerável a ser capturado. Se dois vermes estiverem prontos para passar para o organismo do peixe, eles trabalham em conjunto. Mas se um dos parasitas for mais velho, ele passa a dominar o hospedeiro. [BBC]


Vida em Equilíbrio

Para viver bem, é necessário ter a saúde corporal e mental em equilíbrio. Nossa intenção é proporcionar todo o conteúdo que irá lhe ajudar a ter uma vida mais saudável.

Comentários

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *