Em setembro de 2015, surgiu mais uma vez, a ideia de ressuscitar um vírus. Parece roteiro de filme, mas uma equipe de pesquisadores franceses corajosa ou desavisada do que acontece nos filmes envolvendo vírus, resolveu dar vida a um vírus gigante que permanecia congelado há mais de 30 mil anos. Não se assuste com o termo “gigante”, pois isso só significa que esse vírus pode ser visto através de um microscópio simples, de luz, e não que ele vá escapar por aí e atacar Tóquio.
O vírus, de nome Mollivirus sibericum, foi encontrado no pergelissolo da Sibéria, a camada permanentemente congelada da região ao norte da Rússia. Os cientistas quiseram ressuscitá-lo para estudar sua complexa estrutura genética e entender melhor como funciona um vírus desse tipo. Para se ter uma ideia, o gigante congelado possui mais de 500 genes, enquanto que o Influenzavirus da gripe comum apresenta só 8 deles.
A medida serviu como precaução: com os efeitos do aquecimento global causando o derretimento de geleiras até então eternas, vírus desse tipo podem “voltar à vida” após escaparem de seus confinamentos gelados. Como precaução, os cientistas querem saber o que esperar caso isso de venha acontecer algum dia. Segundo os pesquisadores, o Mollivirus sibericum é inofensivo tanto para humanos quanto para animais, mas podem haver outros não tão amigáveis.
Jean-Michel Claverie, biólogo evolucionário do Instituto Mediterrâneo de Microbiologia, afirmou: “Se não tivermos cuidado e industrializarmos essas áreas sem a devida precaução, corremos o risco de, algum dia, acordarmos vírus como o da varíola, que imaginávamos ter erradicado”. Se isso não for assustador, não sei o que mais pode ser.