O que faz mais mal à saúde: maconha ou álcool?

Fatos e dados

O que se sabe, por exemplo, é que só nas Américas o álcool é responsável por 88 mil mortes todos os anos. Os óbitos causados por maconha já são mais difíceis de contabilizar, até mesmo porque os estudos relacionados aos danos do álcool à saúde começaram há muito mais tempo do que as pesquisas a respeito da maconha.

Vamos comparar: imagine que uma pessoa beba muito álcool. Em determinado momento o corpo dessa pessoa vai ter um tipo de pane, por não dar conta de metabolizar grandes quantidades alcoólicas em pouco tempo, fazendo com que o álcool vá para o cérebro e atinja regiões fundamentais responsáveis pela respiração ou pelos batimentos cardíacos, por exemplo.

O pesquisador do Instituto Nacional de Abuso de Drogas, Ruben Baler, explicou que é possível ver uma pessoa morrer de bebedeira cinco minutos depois de ter bebido muito. Com a maconha, isso é impossível. De acordo com ele, o uso excessivo da marijuana é mais sutil.

Comparação

Baler explicou que não é por isso que pode se afirmar que a maconha não tem malefícios. O cigarro, por exemplo, não mata de uma hora para a outra como a bebida, mas é responsável pela morte de 440 mil pessoas por ano só nos EUA.

O que a maconha faz no organismo do usuário é aumentar a pressão cardíaca e o fluxo sanguíneo. E essa substância não é capaz de interferir na ação de algum tipo de medicamento que o usuário esteja tomando, ao contrário do álcool, que por ser metabolizado da mesma forma que medicamentos, pode aumentar ou cortar o efeito dos remédios.

A marijuana pode prejudicar cognitivamente, alterando a capacidade racional e o equilíbrio físico de uma pessoa. Isso pode levar a acidentes, ferimentos, quedas e tomadas erradas de decisões, fator válido tanto para curtos quanto para longos períodos de uso.

Consequências em longos períodos de uso

Você já sabe que o alcoolismo é uma doença séria cujas implicações envolvem desde problemas estomacais até graves doenças no fígado, como câncer e cirrose, só para citar alguns desses problemas. É lógico que nem todas as pessoas que bebem vão desenvolver essas doenças, mas as chances aumentam muito, principalmente em quem bebe em excesso e com frequência.

Por outro lado, os efeitos do uso contínuo da maconha ainda não são tão conhecidos. Alguns estudos em animais indicam que o uso pode dificultar a reprodução. Além disso, a maconha pode causar problemas psiquiátricos em quem é pré-disposto ou, ainda, antecipar o surgimento de condições psiquiátricas em pessoas jovens.

Como o consumo tradicional da maconha é feito por meio da queima da erva e da inalação da fumaça, o sistema respiratório pode ficar comprometido, causando inflamações e até problemas crônicos de respiração. Ainda assim, estudos recentes indicam que a maconha faz menos mal ao pulmão do que o cigarro, sendo que o consumo da marijuana não está nem ao menos ligado com o câncer de pulmão. Além disso, o uso de maconha, se comparado ao de tabaco por um fumante, é bem menor.

A maior preocupação de Baler é com relação ao consumo da erva por menores de idade, afinal, ela interfere no desenvolvimento do cérebro, que ainda não está completo na época da adolescência.

E os benefícios? Existem mesmo?

Não há recomendação médica para o uso de álcool, mas o uso medicinal da maconha não só existe como é liberado em alguns países. Com relação à bebida, Baler diz que sempre aconselha as pessoas a beberem pouco e que, nesses casos, o álcool não representa grandes perigos.

Quanto à maconha, é fato que a planta apresenta benefícios já comprovados em tratamentos de doenças como o câncer, a esclerose múltipla, o diabetes e o glaucoma. Baler afirma que mesmo que o uso dessa droga venha a ser comprovadamente 100% terapêutico, o uso dela na Medicina seria bem diferente da forma recreativa. Um dos maiores objetivos da comunidade médica é encontrar um modo de usar a marijuana como aliada no fim da dor em pacientes graves.

 

Fonte: Live Science
Via Mega Curioso


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