Quando a traição invade a relação

Sabe quando amamos muito uma pessoa, porém, nos deparamos com uma grande encruzilhada?

Os motivos podem variar muito, mas que tal falarmos da tão temida traição?
Sim, existe vida no relacionamento após uma traição.
Ninguém duvida que ela pode gerar muita mágoa e deixar marcas profundas, acarretando em grandes desconfortos ao casal, pela consequente falta de desejo ou admiração em relação ao outro. E, para além disso, também existe a escolha por seguirem caminhos opostos, vulgo, separação. As perdas podem ser muitas quando estamos lidando com sentimentos fortes e enraizados, além do que, na maioria dos casos, o casal acaba se tornando altamente vulnerável e distante. Recuperar a confiança, uma vez quebrada, é tarefa árdua.

 

Como terapeuta, vejo muito isso acontecer. Pessoas ressentidas dentro do casamento, feridas, mas sem coragem ou ânimo em trazer à superfície todas essas questões.

A lida diária com alguém não é fácil e pode ser bastante incômoda em diversos aspectos. E sim, nos faz sentir raiva, decepção, mágoa, frustração e muitos outros sentimentos difíceis de serem digeridos.

 

A dor, muitas vezes, é tanta, que a pessoa não sabe por onde começar, não se sente capaz de delimitar o ponto de partida para iniciar o mapeamento geral desta relação. Normal e super compreensível.

 

Vejo homens e mulheres que se acostumaram à dor, como se estivessem anestesiados com a situação, mas por outro lado, ainda buscam ou “recepcionam” seus parceiros para o sexo, por exemplo. E ao fazer isso, mais frustração é gerada. Resultado disso? Candidíase de repetição (no caso de mulheres), dores de cabeça, náuseas, dores musculares constantes, cansaço excessivo, entre tantas outras sensações.

Vira o que chamamos de ciclo vicioso. Entra-se num modus operandi onde o que se vê é um grande limbo, um vazio, coisas sem significado e tristeza.

 

Porém, tem solução! É preciso começar do zero. Querer estar na plenitude, desejar introjetar sua fortaleza e sabedoria natural,integralmente em seu ser. Partindo deste primeiro pensamento, é possível iniciar o grande encontro com o que gosto de nomear de “quarto escuro”, sem medo, para aquela organização mais que necessária. 

 

Quando iniciamos uma terapia, uma escuta terapêutica, o interessante é notar os gatilhos que levaram aquela pessoa a estar naquele lugar. Muitas vezes, chega-se nessa busca através de uma situação específica, como a famigerada traição, por exemplo. Mas a pessoa já vem sofrendo há tempos e aquilo foi só a gota dágua. Não importa o nível ou estágio que se encontram sua raiva ou tristeza. Estar ali, na partilha de seus sentimentos, já é um grande passo!

 

O que alimentava seu sentimento em relação a traição diminui, aos poucos, dando espaço a um campo de visão ainda maior, mais vasto, onde você passa a enxergar todos os pormenores dessa caminhada lado a lado da pessoa que ama,.

Começa a vislumbrar também novos horizontes e passo a passo, vai se fortalecendo.

 

A pessoa tende a se empoderar de suas atitudes e pensamentos, dominando a situação e não mais se deixando levar pelo fluxo. Tomar as rédeas de sua vida nunca fez tanto sentido!

O diálogo começa a tomar um espaço, que antes, não existia – ou simplesmente, havia deixado de existir.

Quando tomamos esta consciência de nos abrir ao outro dentro de uma relação, nos expondo, entregando e tornando mais límpida a situação, os caminhos, como num passe de mágica, se abrem.

Não é fácil perdoar uma traição. Não mesmo! Mas é possível sim conviver com o sentimento a fim de que o mesmo não seja mais o bicho papão do “quarto escuro” em sua vida. Você o arejou, lembra? Limpou as prateleiras, tirou pó, organizou melhor. Você consegue entrar neste local, vide que antes, era impossível.

 

O medo se afastou de você. A realidade está sendo encarada de frente, não mais de cabeça baixa. A decisão é sempre nossa, intransferível. Importante ter isso em mente.

Ser feliz é sempre uma questão de escolha. Afinal, partir para uma separação por conta de uma traição pode te aliviar sim, momentaneamente, a dor de não precisar encarar com mágoa, a pessoa amada. Mas acredite: você também pode passar o resto da vida longe desta pessoa sentindo exatamente o mesmo, tendo os mesmos pensamentos ruins, ruminando cada detalhe, dia e noite, correndo o risco de adoecer por conta desta vibração.

 

Lembrando que homens e mulheres são capazes de trair ou magoar aqueles que amam. Não existe distinção, embora estatísticas ainda apontem para um maior número entre os homens, quando o assunto é traição. Ok, cenário realista.

 

Portanto, seja feliz, opte pelo melhor caminho! Se a opção é ficar sozinho, vá em frente! Tendo em vista que esta, seja uma decisão assertiva, consciente, de purificação e comunhão com seu coração.


Carolina Garcia

Mãe de três meninas, Carolina é Terapeuta Cognitivo Comportamental e Astróloga - com foco nos relacionamentos e sexualidade. Sua maior motivação como profissional é questionar e compreender as emoções, os pensamentos e os comportamentos humanos, em prol, sempre, do autoconhecimento. Seu Instagram: @_astralterapy

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