O tempo esculpiu o feto,
O afeto deu-me o nome e o riso,
O vento que vence o concreto,
Sem sucesso, me deixou o piso,
Ascendendo, perfurando o teto,
Vencendo o que for preciso,
Na crença de ser mais correto
Buscando o meu paraíso.
Seguindo no caminho certo,
Incerto se estou sozinho,
Selvagem e voraz decerto,
Às lágrimas que fui mesquinho.
Confesso não ter descoberto,
Me entrego ao teu desalinho.
Razão da qual não me apego,
Julgado, encontrei o Meirinho,
O destino, que me fez completo,
Deixou-me ser passarinho.
Milton Lavor