Você anda pelas ruas, bebe seus cafés, preocupa-se com o trabalho, com a universidade, com o que irá fazer nas férias do ano que vem, você não vive a sua vida como se ela fosse ser ameaçada, você não a vive como se ela fosse acabar, porque tendemos a pensar na morte como algo distante, sobretudo quando somos jovens.
“O “tic-tac” vai marcando cada momento de um dia morto, você gasta à toa e joga no lixo as horas, descontroladamente perambulando de um lugar para outro em sua cidade natal, esperando por alguém ou algo que te mostre o caminho. Cansado de tomar banho de sol, de ficar em casa vendo a chuva. Você é jovem, a vida é longa e há tempo para desperdiçar até que um dia você descobre que dez anos ficaram para trás ninguém te disse quando começar a correr, você perdeu o tiro de largada e,você corre e corre atrás do sol, mas ele está se pondo, fazendo a volta para nascer outra vez atrás de você… De uma maneira relativa o sol é o mesmo, mas você está mais velho, com menos fôlego e um dia mais perto da morte… Cada ano vai ficando mais curto, parece não haver tempo para nada, planos que dão em nada ou meia página de linhas rabiscadas. Esperar em quieto desespero é a maneira inglesa. O tempo se foi, a música terminou… Pensei que eu tivesse algo mais a dizer…” (Trecho da música “Time”, da banda “Pink Floyd)
Infelizmente, vivemos nossos dias visualizando um conjunto, não a unidade. Nos preocupamos excessivamente com coisas banais, estragando nossas horas tão preciosas, que não vemos a preciosidade até que nos sejam roubadas.
Sem mais delongas, vamos a carta de Holly Butcher, uma australiana que teve de lidar com o fato de que estava prestes a partir, vítima de câncer, aos 27 anos.
Ao ser diagnosticada e sendo forçada a encarar a triste realidade, a australiana decidiu escrever uma carta para deixar conselhos sobre a vida para todas as pessoas.
A carta, que Holly chamou de “Carta antes que eu morra”, foi postada em seu perfil no Facebook no dia 3 de janeiro deste ano.
Menos de 24 horas depois, Holly partiu rodeada por seus familiares.
“Reclamem menos, pessoal. E ajudem mais uns aos outros”
Leia abaixo os conselhos da jovem que também acreditava que ainda havia muito tempo para realizar os seus sonhos. Aproveite para refletir.
“É uma coisa estranha perceber e aceitar a sua morte aos 27 anos de idade. Isso é apenas algumas dessas coisas que você ignora.
Os dias vão passando e você apenas espera que eles continuem vindo. Até que o inesperado aconteça.
Eu sempre me imaginei envelhecendo e ficando com rugas – muito provavelmente causadas por minha linda família (cheia de crianças). Eu planejava construir isso com o amor da minha vida.
Esta é uma coisa da vida; é frágil, preciosa e imprevisível. E cada dia é um presente, não um direito dado.
Eu tenho 27 anos agora. Não quero ir. Eu amo a minha vida. Estou feliz.
Devo isso aos meus entes queridos. Mas o controle está fora das minhas mãos.
Só quero que as pessoas parem de se preocupar tanto com as coisas pequenas e as tensões insignificantes na vida e tentem lembrar-se que todos nós temos o mesmo destino depois disso tudo.
Então, faça o que puder para que seu tempo seja incrível, sem besteiras.
Nesses momentos que você estiver lamentando por coisas ridículas, apenas pense que alguém está realmente enfrentando um problema.
Seja grato pelo seu pequeno problema. Não faz mal reconhecer que algo é irritante, mas tente não continuar a carregar isso e afetar negativamente o dia de outras pessoas.
Veja como o céu é azul e como as árvores são verdes; é tão lindo. Pense como você tem sorte por poder fazer isso: respirar.
É tudo tão insignificante quando se olha para a vida como um todo.
Estou vendo meu corpo desaparecendo diante dos meus olhos e não há nada que eu possa fazer.
E tudo o que desejo agora é que eu pudesse ter mais um aniversário ou natal com a minha família, ou apenas mais um dia com o meu parceiro e o meu cachorro.
Lembre-se que há mais aspectos para a saúde do que o corpo físico.
Reclame menos, pessoal! E ajudem mais uns aos outros.
Dê, dê, dê. É verdade que você ganha mais felicidade fazendo coisas para outros do que para si mesmo. Gostaria de ter feito mais isso.
Compre algo para seu amigo em vez de outro vestido. Leve-os para uma refeição, ou melhor ainda, prepare uma refeição para eles.
Dê para eles uma planta, uma massagem ou uma vela e diga quanto os ama.
Use seu dinheiro em experiências. Ou, ao menos, não perca experiências porque gastou todo o dinheiro com coisas materiais.
Comece doando sangue.
Doações de sangue (mais bolsas que eu poderia contar) me ajudaram a continuar viva por mais um ano.
Um ano que eu serei eternamente grata, que eu passei aqui na terra com minha família, amigos e cachorro. Um ano em que eu tive alguns dos melhores momentos da minha vida.”
Fonte: littlethings.com. Crédito das fotos: Holly Butcher
Via Awebic
Complementos: Vida em Equilíbrio