Ritos Sociais e Fome Emocional: você tem fome de quê?

Fome Emocional


 

A vida social é permeada por símbolos, ritos e ritualizações. Ainda que não nos atentemos a eles no cotidiano, nós os conhecemos, os presenciamos e os propagamos. Os ritos definem atitudes, propiciam sensações, sacralizam circunstâncias, por isso as sociedades transformam em cerimônia tudo o que consideram importante. Por meio de rituais, internalizamos inúmeras experiências, uma delas, com a alimentação.

 

Quando nascemos, quase que invariavelmente, temos como resposta ao choro, o alimento e, junto a ele, o afago, a presença e a atenção de outro ser. Quer estejamos desconfortáveis, tristes ou mesmo solitários, alguém surge e nos alimenta. Já na infância, aprendemos que momentos felizes estão associados a encontro com amigos, festas, comemorações, bolo, salgados. E chocolates e sorvetes, muitas vezes, nos vêm como recompensas por algum bom comportamento. Nessas vivências, experienciamos sentimentos diversos. Muitos deles, se eternizam por meio de lembranças que nos surgem acompanhadas de cheiros, imagens e sabores.  

 

Vamos, ao longo da vida, em um processo nem sempre consciente, interiorizando que sentimentos, emoções, relações e alimentação mantêm vínculos bastante íntimos. É quando o alimento, muitas vezes, passa a desempenhar não só o papel de nutrir o corpo físico, mas também as emoções. Nesse contexto, podemos nos deparar com a chamada fome emocional.

 

Se essa ideia se faz presente no seu dia a dia, fica um convite à reflexão e ao autoconhecimento. Do que você tem fome? Por vezes, parece um desperdício passar a vida se empanzinando daquilo que não sacia, por desconhecer suas próprias necessidades. Tornar perceptível a nós mesmos a realidade que vivemos pode nos ajudar a “digerir” certos processos que ainda nos são incompreensíveis.

 

Se esse for o caso, acredite, há muito mais que apenas alimentos para nutrir emoções, sentimentos, relações, a alma! Desse modo, ainda que a cultura pareça nos ditar certas “soluções automáticas” e o ritmo dos dias se mostrem intensos, que não deixemos de nos questionar, de maneira equilibrada, sobre as nossas individualidades. E que não deixemos de internalizar também a importância de nos saciarmos do que realmente temos fome.


Lílian Fróes

Psicóloga, Gestora de Recursos Humanos, Especialista em Psicologia Organizacional e do Trabalho, Especialista em Educação, Mestre em Educação Tecnológica - ênfase na formação e nos processos de trabalho.

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