Um mal-estar com a modernização

É sabido por todos que vivemos em tempos iluminados por informações, no entanto, precisaríamos questionar o quão positiva é toda essa “luz”. É preciso analisar até que ponto toda essa tempestade de coisas para serem vistas é positiva na construção de um conhecimento rigoroso e bem organizado.

Parece, através das redes socias, que sabemos um pouco de tudo, mas conhecemos muito de nada, ou seja, não buscamos nos aprofundar, nos contentamos com as coisas que aparecem em nosso feed.  Todo esse saber, aparente, que adquirimos  é superficial, serve apenas para uma mera “curtida”… Você curte a postagem ali por um momento, mas passa-se a noite e todas informações já foram embora da sua mente.

Doravante, é possível perceber facilmente que a maneira como lidamos com determinadas coisas é, por vezes, assustadora. Somos filhos do nosso tempo, uma era tecnológica e cheia de informação, o que seria ótimo se buscássemos usufruir da melhor maneira possível.

Obviamente que não podemos generalizar, entretanto, é válido ressaltar que o problema não está apenas no âmbito do conhecimento, mas até mesmo na maneira com a qual nos relacionamos.

Vivemos infestados por imposição exterior, altamente influenciados por tudo que vemos nas redes sociais. Utilizamos de aplicativos para escolher pessoas como quem escolhe um produto em um supermercado. Acabamos com o romance, com o mistério e qualquer outro tipo de “tempero” que poderia existir no simples ato de conhecer alguém… É a maneira líquida de lidar, de fugir para não dar a cara à tapa ou de esforçar-se por algo… Tornando, assim, a vida efêmera, vazia e quase insuportável.

Tudo isso faz parte de um modelo moderno de viver, e é insuportável porque à cada dia que passa, mais pessoas tornam-se adeptas. Você pode ver, os reflexos estão por toda as partes, no modelo frio de construção dos prédio que visam apenas o lucro construindo apenas paredes retas e desanimadoras, nas músicas que escutamos que não prezam nenhuma letra, nem qualquer bom instrumento e até mesmo nos remédios que consumimos. Estamos tristes e sufocados por não perceber o mar no qual estamos nadando (nos afogando) ou por nossa própria covardia de nadar contra a maré.

Me parece inaceitável.


Isadora Tabordes

Fundadora dos sites Vida em Equilíbrio e Demasiado Humano. Graduada em Filosofia pela Universidade Federal de Pelotas. Atualmente é mestranda em Filosofia Moral e Política pela mesma universidade, trabalhando questões sobre o conceito de liberdade com ênfase no idealismo alemão.  Isadora também está presente no Youtube através do seu canal Relatos de Motocicleta.

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