Quando o amor não é muita coisa

Enamorar-se por alguém é maravilhoso. Faz a pessoa, que nutre um sentimento especial por outro, sentir-se a mais afortunada criatura do planeta. Não conseguiria, neste instante, tentar explicar como se dá tais sentimentos ou o porquê dele acontecer. Na verdade, eu poderia até explicar! Mas acredito que muita gente já tenha lido ou ouvido as diversas causas que levam alguém a se apaixonar/amar e desejar o outro. Portanto, não vejo necessidade de discorrer sobre o assunto aqui.

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Quero, de maneira breve, fazer uma colocação que muitos podem discordar de minha visão sobre um assunto delicado (ou não) e, por que não dizer, desagradável. Há ocasiões que este enamoramento por uma pessoa é, fatalmente, estar a caminho de um inferno. A beleza do sentimento, a sua nobreza em ser portador do amor, pode cegar o indivíduo que não vê na pessoa amada características que comprometam uma relação saudável. E refiro-me a “relação saudável” como uma troca de sentimentos mútuos, na qual ocorra uma construção positiva de cada um; uma capacidade de envolvimento que na admiração pelo ser amado(a) desenvolva o amor próprio.

Não havendo então uma relação saudável, por que continuar a insistir na ligação com alguém que pouco pode contribuir para o crescimento pessoal? Ah, porque o amor, quando é grande e verdadeiro, é capaz de suportar tudo, talvez responda desta maneira tão clichê. Tem ainda quem diga que o amor pelo outro deve ser incondicional! Sinceramente, no campo do mundo das ideias um amor assim é fantástico. Só que existe um problema: no mundo real, existe o “outro” e o “eu”. Amor de verdade, num mundo real, exige que o “eu” venha primeiro. Não é uma questão de egoísmo. É sobrevivência. É em nome da própria saúde mental.

Pessoalmente, duvido do amor de gente que diz colocar a pessoa amada acima de si mesma a ponto de anular sua individualidade. Veja que não estou dizendo que não se deve fazer um sacrifício pelo outro. Tem que, antes de tudo, ponderar muito. Avaliar uma situação antes de tomar qualquer decisão. Na verdade, é preciso encarar o fato: esse ser amado, pelo qual se abnega, lhe dará a felicidade que procura?

https://alinemoraess.wordpress.com/2010/07/26/de-partida/

Se a resposta for negativa, desculpe o que pode parecer muita frieza, não vale todo o sacrifício do mundo. A pessoa não é muita coisa. E quando não é muita coisa, o melhor é seguir seu próprio caminho. Buscar a felicidade em outro ou simplesmente em si mesmo.


Carlos Martins

Professor da rede estadual de ensino, graduado em Filosofia-UFG, pós-graduado em Educação e Cinema-IFITEG, apaixonadíssimo pelo conhecimento.

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