QUAL É A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA EM TEMPOS LÍQUIDOS?

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Qual é a vida que vale a pena ser vivida em tempos líquidos?

Essa é a pergunta profunda que a extraordinária palestra abaixo do sempre brilhante e bem-humorado Leandro Karnal se propõe a responder com seu diagnóstico plural da realidade e sua lição de coisas.

Em suma, Karnal preconiza o atemporal “Conhece-te a ti mesmo” como um caminho para a felicidade. Segundo ele “É impossível me forçar a fazer o que eu não quero e ser feliz.” e prossegue na paleta política “O problema é me libertar do julgamento do mundo.”. Karnal preconiza “pistas” para se alcançar esse autoconhecimento indispensável à plenitude pessoal como, por exemplo, a inveja. O que eu invejo não é aquilo que no fundo eu desejo, seja beleza, inteligência ou riqueza? Outra bússola da autociencia, por assim dizer, seria se responder a seguinte questão: “O que eu realmente desejo?” Segundo ele sempre é preciso escolher e “toda escolha implica perda.” Por exemplo, o que eu quero, ter uma vida afetiva bem-sucedida ou ficar no facebook? Fazer um pacto de paz com um inimigo poderoso ou continuar num processo de destruição mútua? Etc…

Segundo Karnal uma vez escolhido devemos nos dedicar a realização do nosso desejo ainda e quase sempre que não coincida com a vontade do mundo para nós. Ou seja, devemos ser fieis aos nossos valores e princípios. Karnal ainda clarifica que se pensarmos bem o momento em que mais fomos felizes na vida foram aqueles mais simples que passamos com quem realmente amamos. Do que sentimos saudade?

Escolher é mudar e segundo o culto careca “Mudar é difícil. Não mudar é fatal. Mudem.” Afinal, nossa vida é uma construção contínua, diária e difícil. Mudar é preciso para superar medos e aprender a viver, amar e ser feliz com autenticidade. Toda saída da zona de conforto é dolorosa e é na crise que somos compelidos a superar nossa inútil inércia. Assim, tenho duas opções diante duma crise catártica: “deixar ela passar por mim ou gerenciá-la”. Como K lembra: “Ostra feliz não produz pérolas.”.Autoconfiança é a chave para a autotransformação. E o apoio do amor, se tivermos sorte, não faz mal.

A suprema lição: “Você é o protagonista da sua vida.”. Segundo esse mestre das idéias essa é a questão mais difícil de convencer as pessoas. O indispensável é saber que “Toda escolha implica perda.”. Assim, é preciso sair da zona de conforto e passar a escolher por si. Segundo Karnal é um “sofrimento” ter muitas opções. Discordo, se ouso dizer. Para mim é muito simples escolher: O que eu tenho agora é melhor do que o que eu estou perdendo? Eu estou feliz agora onde estou, como estou? Se a resposta for “não” então naturalmente é preciso mudar para melhorar. Ou continuar como está. (A escolha é sua). Coragem e humildade são essenciais, se decidirmos tomar essa nova atitude perante a vida e nunca se esquecer: “O caminho se faz ao caminhar.”.

Pensar num projeto de vida é fundamental para sabermos o que queremos, como conseguir e com quem. A recompensa pela escolha certa é a vida que vale a pena ser vivida em tempos líquidos, sólidos ou gasosos. Afinal, “Um homem não é outra coisa senão o que faz de si mesmo.” Jean Paul Sartre. Mas se serve de consolo para quem precisa assumir a responsabilidade de tomar o controle da própria vida: “Não tenha medo; o nosso destino não pode ser tirado de nós; é um dom.” Dante Alighieri

Vale à pena assistir a essa palestra sapiencial. Afinal, como dizia Victor Hugo: “A liberdade começa onde acaba a ignorância.”. Torna-se senhor de si mesmo é o grande objetivo de um vida bem-sucedida.


Thiago Castilho

Advogado e escritor, um homem de leis e letras. Acredito que a arte pode “ensinar a viver”. Ensinar a viver significa ensinar a lutar pelos seus direitos e a amar melhor a si e a toda humanidade. Adquirir o conhecimento e transformá-lo em sabedoria de vida no palimpsesto do pensamento. Eis meu ideal intelectual que busca realizar a experiência do autoconhecimento, não sei até se do absoluto e talvez do Sublime aplacando assim minha angústia existencial, sem soteriologia, porque ao contrário de Heidegger não acho que somos seres-para-a-morte, mas seres-para-a-vida e seres-para-o-amor.

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